O Céu e a Terra
- Na Sagrada Escritura, a
expressão "céu e terra" significa tudo aquilo que existe, a criação
inteira. Indica também o nexo no interior da criação, que ao mesmo tempo une e
distingue céu e terra: "a terra" e o mundo dos homens; "o céu"
ou "os céus" pode designar o firmamento, mas também o
"lugar" próprio de Deus: "nosso Pai nos céus" (Mt 5,16) e,
por conseguinte, também o "céu" que é a glória escatológica.
- Finalmente, a palavra
"céu" indica o "lugar" das criaturas espirituais - os anjos
- que estão ao redor de Deus.
A existência dos Anjos: uma verdade de fé
Quem são os Anjos?
Santo Agostinho diz: Anjo (mensageiro) é designação de encargo, não
de natureza. Se perguntares pela designação da natureza, é um espírito; se
perguntares pelo encargo, é um anjo: é espírito por aquilo que é, é anjo por
aquilo que faz". Por todo o seu ser, os anjos são servidores e mensageiros
de Deus. Porque contemplam "constantemente a face de meu Pai que está nos
céus" (Mt 18,10), são "poderosos executores de sua palavra,
obedientes ao som de sua palavra" (Sl 103,20).
- Como criaturas puramente
espirituais, são dotados de inteligência e de vontade: são criaturas pessoais e
imortais. Superam em perfeição todas as criaturas visíveis. Disto dá testemunho
o fulgor de sua glória.
Cristo “com todos os seus Anjos”
- Cristo é o centro do mundo
angélico. São seus os anjos: "Quando o Filho do homem vier em sua glória
com todos os seus anjos..." (Mt 25,31).
- São seus porque foram criados
por e para Ele: "Pois foi nele que foram criadas todas as coisas, nos céus
e na terra, as visíveis e as invisíveis: Tronos, Dominações, Principados,
Potestades; tudo foi criado por Ele e para Ele" (Cl 1,16).
- São seus, mais ainda, porque
Ele os fez mensageiros de seu projeto de salvação. "Porventura não são
todos eles espíritos servidores, enviados ao serviço dos que devem herdar a
salvação?" (Hb 1,14).
- Eles aí estão, desde a criação
e ao longo de toda a História da Salvação, anunciando de longe ou de perto esta
salvação e servindo ao desígnio divino de sua realização: fecham o paraíso
terrestre, protegem Lot, salvam Agar e seu fi1ho, seguram a mão de Abraão,
comunicam a lei por seu ministério, conduzem o povo de Deus, anunciam
nascimentos e vocações, assistem os profetas, para citarmos apenas alguns
exemplos.
- Finalmente, é o anjo Gabriel
que anuncia o nascimento do Precursor e o do próprio Jesus.
- Desde a Encarnação até a
Ascensão, a vida do Verbo Encarnado é cercada da adoração e do serviço dos
anjos. Quando Deus "introduziu o Primogênito no mundo, disse: - Adorem-no
todos os anjos de Deus- " (Hb 1,6).
- O canto de louvor deles ao
nascimento de Cristo não cessou de ressoar no louvor da Igreja: "Glória a
Deus..." (Lc 2,14).
- Protegem a infância de Jesus,
servem a Jesus no deserto, reconfortam-no na agonia, embora tivesse podido ser
salvo por eles da mão dos inimigos, como outrora fora Israel. São ainda os
anjos que "evangelizam", anunciando a Boa Nova da Encarnação e da
Ressurreição de Cristo.
- Estarão presentes no retorno de
Cristo, que eles anunciam, a serviço do juízo que o próprio Cristo pronunciará.
Ao Anjos na vida da Igreja
- Do mesmo modo, a vida da Igreja
se beneficia da ajuda misteriosa e poderosa dos anjos.
- Em sua Liturgia, a Igreja se
associa aos anjos para adorar o Deus três vezes Santo; ela invoca a sua
assistência: Para o Paraíso te levem os
anjos, da Liturgia dos defuntos.
- Além disso, festeja mais
particularmente a memória de certos anjos (São Miguel, São Gabriel, São Rafael,
os anjos da guarda).
- Desde o início até a morte, a
vida humana é cercada por sua proteção e por sua intercessão:
- Cada
fiel é ladeado por um anjo como protetor e pastor para conduzi-lo à vida.
Ainda aqui na terra, a vida cristã participa na fé da sociedade
bem-aventurada dos anjos e dos homens, unidos em Deus.
- CIC-Catecismo
da Igreja Católica §325-336
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