(6º artigo do Credo Católico ou 6ª verdade de fé)
Cristo desceu a mansão dos mortos
"E o Senhor
Jesus, depois de ter-lhes falado, foi arrebatado ao Céu e sentou-se à direita
de Deus" Mc 9.
- O corpo de Cristo foi
glorificado desde o instante de sua Ressurreição, como provam as propriedades
novas e sobrenaturais de que desfruta a partir de agora seu corpo em caráter
permanente. Mas, durante os quarenta dias em que vai comer e beber
familiarmente com seus discípulos e instruí-los sobre o Reino, sua glória
permanece ainda velada sob os traços de uma humanidade comum.
- A última aparição de Jesus
termina com a entrada irreversível de sua humanidade na glória divina,
simbolizada pela nuvem e pelo céu onde já está desde agora sentado à direita de
Deus. Só de modo totalmente excepcional e único Ele se mostrará a Paulo
"como a um abortivo" 1 Cor 15,8
em uma última aparição que o constitui apóstolo.
- O caráter velado da glória do
Ressuscitado durante esse tempo transparece em sua palavra misteriosa a Maria
Madalena "Ainda não subi para o Pai. Mas vai aos meus irmãos e dizer-lhes
Eu subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus Jo 20,17. Isso indica uma diferença de
manifestação entre a glória de Cristo ressuscitado e a de Cristo exaltado à
direita do Pai.
O acontecimento ao mesmo tempo histórico e transcendente da Ascensão
marca a transição de uma para a outra.
- Esta última etapa permanece
intimamente unida à primeira, isto é, à descida do céu realizada na Encarnação.
Só aquele que "saiu do Pai" pode "retornar ao Pai": Cristo.
"Ninguém jamais subiu ao céu, a não ser aquele que desceu do céu, o Filho
do Homem" Jo 3,13.
- Entregue a suas forças naturais, a humanidade não
tem acesso à "Casa do Pai" à vida e à felicidade de Deus. Só
Cristo pôde abrir esta porta ao homem, "de sorte que nós, seus
membros, tenhamos a esperança de encontrá-lo lá onde Ele, nossa cabeça e
nosso princípio, nos precedeu".
- "E, quando eu for elevado
da terra, atrairei todos os homens a mim" Jo
12
- A elevação na Cruz significa e anuncia a elevação
da Ascensão ao céu. É o começo dela.
O Sacerdócio Único de Cristo
- Jesus Cristo, o Único Sacerdote
da nova e eterna Aliança, não "entrou em um santuário feito por mão de
homem... e sim no próprio céu, a fim de comparecer agora diante da face de Deus
a nosso favor" Hb 9,24.
- No céu, Cristo exerce em
caráter permanente seu sacerdócio, "por isso é capaz de salvar totalmente
aqueles que, por meio dele, se aproximam de Deus, visto que ele vive
eternamente para interceder por eles" Hb
7,25.
- Como "sumo sacerdote dos bens vindouros" Hb 9,11 ele é o centro é o ator principal
da liturgia que honra o Pai nos Céus.
- A partir de agora, Cristo está sentado à direita do Pai:
"Por direita do Pai entendemos a glória e a honra da divindade, onde
aquele que existia como Filho de Deus antes de todos os séculos como Deus e
consubstancial ao Pai se sentou corporalmente depois de encarnar-se e de sua
carne ser glorificada"
- O sentar-se à direita do Pai
significa a inauguração do Reino do Messias, realização da visão do profeta
Daniel no tocante ao Filho do Homem:
- A Ele foram outorgados o império, a honra e o
reino, e todos os povos, nações e línguas o serviram. Seu império é um
império eterno que jamais passará, e seu reino jamais será destruído Dn 7,14.
A partir desse momento, os
apóstolos se tornaram as testemunhas do "Reino que não terá fim".
O Sacerdócio Batismal
- Cristo, sumo sacerdote e único
mediador, fez da Igreja "um Reino de sacerdotes para Deus, seu Pai" (Cf Ap 1,6; 5,9-10; 1 Pd 2,5.9).
- Toda comunidade dos fiéis é,
como tal, sacerdotal. Os fiéis exercem seu sacerdócio batismal por meio de sua
participação, cada qual segundo sua própria vocação, na missão de Cristo,
Sacerdote, Profeta e Rei. E pelos sacramentos do Batismo e da Confirmação que
os fiéis são "consagrados para ser um sacerdócio santo".
- O sacerdócio ministerial ou
hierárquico dos bispos e dos presbíteros e o sacerdócio comum de todos os
fiéis, embora "ambos participem, cada qual a seu modo, do único sacerdócio
de Cristo", diferem, entretanto, essencialmente, mesmo sendo
"ordenados um ao outro". Em que sentido?
- Enquanto o sacerdócio comum dos
fiéis se realiza no desenvolvimento da graça batismal, vida de fé, de esperança
e de caridade, vida segundo o Espírito o sacerdócio ministerial está a serviço
do sacerdócio comum, refere-se ao desenvolvimento da graça batismal de todos os
cristãos. É um dos meios pelos quais Cristo não cessa de construir e de
conduzir sua Igreja. Por isso, é transmitido por um sacramento próprio, o Sacramento
da Ordem. CIC-Catecismo da
Igreja Católica 659-667
Amor filial
- Toda perfeição e virtude
procede da caridade; a caridade alimenta-se da humildade; a
humildade nasce do autoconhecimento e da vitória sobre o egoísmo da
sensualidade.
- Para se atingir o amor filial é
necessário, pois, perseverar na cela do autoconhecimento. Nesta cela o homem
conhecerá o meu perdão através do sangue de Cristo, atrairá sobre si pelo amor
a minha caridade, procurará destruir em si toda má vontade espiritual e
temporal. Fará como os apóstolos e Pedro que, depois da negação, chorou. Era um
pranto imperfeito, que imperfeito permaneceu durante os quarenta dias que
precederam a Ascensão.
- Depois que Jesus subiu ao céu
em sua humanidade, Pedro e os demais apóstolos fecharam-se no Cenáculo,
esperando a vinda do Espírito Santo segundo a Promessa de Jesus. Ali
permaneceram com as portas fechadas, cheios de medo, como acontece com todo
homem antes de chegar ao verdadeiro amor.
- Ficaram perseverantes na oração
humilde e contínua, até receber a plenitude do Espírito Santo. Então, livres do
temor, passaram a seguir e pregar Cristo Crucificado.
- Também o homem que deseja
atingir tal perfeição, por medo do castigo começa a chorar depois de abandonar
o pecado mortal pelo arrependimento; em seguida, eleva-se à consideração de
minha misericórdia, e nisto encontra consolação e prazer.
- Jesus revelou aos discípulos,
ao dizer: “Irei e voltarei a vós” (Jo 14,27).
- Tudo quanto ele dizia a eles em
particular, afirmava-o igualmente para todos os seus contemporâneos e às
gerações futuras: “Irei e voltarei a vós”
disse ele; e o fez. Voltou, quando o Espírito Santo desceu sobre os apóstolos;
Ele não vem sozinho, mas com o Poder do Pai, com a Sabedoria do Filho e com o
Amor Clemente do Espírito Santo.
O Diálogo-Santa Catarina de Sena/135
Imprima frente e verso na folha A4 (folheto) https://drive.google.com/?tab=mo&authuser=0#my-drive
Nenhum comentário:
Postar um comentário