(10º artigo do Credo Católico ou 10ª verdade de fé)
Um só Batismo para o perdão dos pecados
- Nosso Senhor ligou o perdão dos
pecados à fé e ao Batismo:
"Ide por todo o mundo e proclamai o Evangelho a toda criatura.
Aquele que crer e for batizado será salvo" (Mc 16,15.16)
- O Batismo é o primeiro e
principal sacramento do perdão dos pecados, porque nos une a Cristo morto por
nossos pecados, ressuscitado para nossa justificação, para que "também vivamos
vida nova" (Rm 6,4).
- No momento em que fazemos nossa
primeira profissão de fé, recebendo o santo Batismo que nos purifica, o perdão
que recebemos é tão pleno e tão completo que não nos resta absolutamente nada a
apagar, seja do pecado original, seja dos pecados cometidos por nossa própria
vontade, nem nenhuma pena a sofrer para expiá-los.
- Contudo, a graça do Batismo não
livra ninguém de todas as fraquezas da natureza. Pelo contrário, ainda temos de
combater os movimentos da concupiscência, que não cessam de arrastar-nos para o
mal.
- Neste combate contra a
inclinação para o mal, quem seria suficientemente forte e vigilante para evitar
toda ferida do pecado?
- Se, portanto, era necessário
que a Igreja tivesse o poder de perdoar os pecados, também era preciso que o
Batismo não fosse para ela o único meio de servir-se dessas chaves do Reino dos
Céus, que havia recebido de Jesus Cristo; era preciso que ela fosse capaz de
perdoar as faltas a todos os penitentes, ainda que tivessem pecado até o último
instante de sua vida.
O Sacramento da Penitência
- É pelo sacramento da Penitência
que o batizado pode ser reconciliado com Deus e com a Igreja:
- Os
Padres da Igreja com razão chamavam a Penitência de "um Batismo
laborioso". O sacramento da Penitência é necessário para a salvação
daqueles que caíram depois do Batismo, assim como o Batismo é necessário
para os que ainda não foram regenerados.
- Cristo instituiu o sacramento
da Penitência para todos os membros pecadores de sua Igreja, antes de tudo para
aqueles que, depois do Batismo, cometeram pecado grave e com isso perderam a
graça batismal e feriram a comunhão eclesial. É a eles que o sacramento da
Penitência oferece uma nova possibilidade de converter-se e de recobrar a graça
da justificação. Os Padres da Igreja apresentam este sacramento como a segunda
tábua de salvação depois do naufrágio que é a perda da graça.
Efeitos do sacramento da Penitência
- Toda a força da Penitência
reside no fato de ela nos reconstituir na graça de Deus e de nos unir a Ele com
a máxima amizade; portanto, a finalidade e o efeito deste sacramento é a Reconciliação com Deus.
- Os que recebem o sacramento da
Penitência com coração contrito e disposição religiosa "podem usufruir a
paz e a tranquilidade da consciência, que vem acompanhada de uma intensa
consolação espiritual".
- Com efeito, o sacramento da
Reconciliação com Deus traz consigo uma verdadeira "ressurreição
espiritual", uma restituição da dignidade e dos bens da vida dos filhos de
Deus, entre os quais o mais precioso é a amizade de Deus.
- Este sacramento nos Reconcilia com a Igreja. O pecado fende ou
quebra a comunhão fraterna. O sacramento da Penitência a repara ou restaura.
- Neste sentido, ele não cura
apenas aquele que é restabelecido na comunhão eclesial, mas tem também um
efeito vivificante sobre a vida da Igreja, que sofreu com o pecado de um de
seus membros.
- Restabelecido ou confirmado na
comunhão dos santos, o pecador sai fortalecido pela participação dos bens
espirituais de todos os membros vivos do Corpo de Cristo, quer estejam ainda em
estado de peregrinação, quer já estejam na pátria celeste:
- Não
devemos esquecer que a Reconciliação
com Deus tem como conseqüência, por assim dizer, outras reconciliações
capazes de remediar outras rupturas ocasionadas pelo pecado:
*
reconcilia-se consigo mesmo no íntimo mais profundo de seu ser, onde
recupera a própria verdade interior;
* reconcilia-se
com os irmãos que de alguma maneira ofendeu e feriu;
* reconcilia-se
com a Igreja; e
* reconcilia-se
com toda a criação.
- Neste sacramento, o pecador,
entregando-se ao julgamento misericordioso de Deus, antecipa de certa maneira o
julgamento a que ser sujeito no fim desta vida terrestre. Pois é agora, nesta
vida, que nos é oferecida a escolha entre a vida e a morte, e só pelo caminho
da conversão poderemos entrar no Reino do qual somos excluídos pelo pecado
grave.
- Convertendo-se
a Cristo pela penitência e pela fé, o pecador passa da morte para a vida
"sem ser julgado" (Jo 5,24).
O poder das chaves
- Depois de sua Ressurreição,
Cristo enviou seus Apóstolos para "anunciar a todas as nações o
arrependimento em seu Nome, em vista da remissão dos pecados" (Lc 24,47).
Este "ministério da reconciliação" (2Cor 5,18) os Apóstolos e seus
sucessores não o exercem somente anunciando aos homens o perdão de Deus
merecido para nós por Cristo e chamando-os à conversão e à fé, mas também
comunicando-lhes a remissão dos pecados pelo Batismo e reconciliando-os com
Deus e com a Igreja graças ao poder das chaves recebido de Cristo:
- A Igreja
recebeu as chaves do Reino dos Céus para que se opere nela a remissão dos
pecados pelo sangue de Cristo e pela ação do Espírito Santo. É nesta
Igreja que a alma revive, ela que estava morta pelos pecados, a fim de
viver com Cristo, cuja graça nos salvou.
- Não há pecado algum, por mais
grave que seja, que a Santa Igreja não possa perdoar.
- Não
existe ninguém, por mau e culpado que seja, que não deva esperar com
segurança a seu perdão, desde que seu arrependimento seja sincero.
- Cristo que morreu por todos os
homens, quer que, em sua Igreja, as portas do perdão estejam sempre abertas a
todo aquele que recua do pecado.
- A catequese empenhar-se-á em
despertar e alimentar nos fiéis a fé na grandeza incomparável do dom que Cristo
ressuscitado concedeu à sua Igreja: a missão e o poder de perdoar
verdadeiramente os pecados, pelo ministério dos apóstolos de seus sucessores:
- O
Senhor quer que seus discípulos tenham um poder imenso: quer que seus
pobres servidores realizem em seu nome tudo que havia feito quando estava
na terra.
- Os
presbíteros receberam um poder que Deus não deu nem aos anjos nem aos
arcanjos. Deus sanciona lá no alto tudo o que os sacerdotes fazem aqui
embaixo.
- Se na
Igreja não existisse a remissão dos pecados, não existiria nenhuma
esperança, nenhuma perspectiva de uma vida eterna e de uma libertação
eterna. Demos graças a Deus, que deu à Igreja tal dom.
CIC-Catecismo da Igreja Católica
§976-987.1446.1468-1470
Imprima frente e verso na folha A4 (folheto)
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