(11º artigo do Credo Católico ou 11ª verdade de fé)
Creio na Ressurreição da carne
-
O Credo cristão - profissão de nossa fé em Deus Pai, Filho e Espírito Santo, e
em sua ação criadora, salvadora e santificadora - culmina na proclamação da
ressurreição dos mortos, no fim dos tempos e na vida eterna.
- Cremos firmemente - e assim
esperamos - que, da mesma forma que Cristo ressuscitou verdadeiramente dos
mortos, e vive para sempre, assim também, depois da morte, os justos viverão
para sempre com Cristo ressuscitado e que Ele os ressuscitará no último dia. Como a ressurreição de Cristo,
também a nossa será obra da Santíssima Trindade:
- Se o
Espírito daquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos habita em vós,
aquele que ressuscitou Cristo Jesus dentre os mortos dará vida também aos
vossos corpos mortais, mediante o seu Espírito que habita em vós (Rm
8,11).
- O termo "carne"
designa o homem em sua condição de fraqueza e de mortalidade. A "ressurreição
da carne" significa que após a morte não haverá somente a vida da alma
imortal, mas que mesmo os nossos "corpos mortais" (Rm 8,11)
readquirirão vida.
- Crer na ressurreição dos mortos
foi, desde o início, um elemento essencial da fé cristã. A confiança dos
cristãos é a ressurreição dos mortos; crendo nela, somos cristãos:
·
Como podem alguns dentre vós dizer que não há
ressurreição dos mortos? Se não há ressurreição dos mortos, também Cristo não
ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, vazia é a nossa pregação e vazia é
também a vossa fé. Mas não! Cristo ressuscitou dos mortos, primícias dos que
adormeceram (1Cor 15,12-14-.20).
De que maneira os mortos ressuscitam?
Que é "ressuscitar"?
- Na morte, que é separação da
alma e do corpo, o corpo do homem cai na corrupção, ao passo que sua alma vai
ao encontro de Deus, ficando à espera de ser novamente unida a seu corpo
glorificado. Deus, em sua onipotência, restituirá definitivamente a vida
incorruptível a nossos corpos, unindo-os às nossas almas, pela virtude da
Ressurreição de Jesus.
Quem ressuscitará ?
- Todos os homens que morreram:
"Os que tiverem feito o bem (sairão) para uma ressurreição de vida; os que
tiverem praticado o mal, para uma ressurreição de julgamento" (Jo 5,29).
De que maneira?
- Cristo ressuscitou com seu
próprio corpo: "Vede as minhas mãos e os meus pés: sou eu!" (Lc
24,39). Mas ele não voltou a uma vida terrestre. Da mesma forma, nele"
ressuscitarão com seu próprio corpo, que têm agora"; porém, este corpo será
"transfigurado em corpo de g1ória", em "corpo espiritual"
(1Cor 15, 44). Nossa participação na Eucaristia, já nos dá um antegozo da transfiguração de nosso corpo
por Cristo:
- Assim
como o pão que vem da terra, depois de ter recebido a invocação de Deus,
não é mais pão comum, mas Eucaristia, Constituída por duas realidades, uma
terrestre e a outra celeste, da mesma forma os nossos corpos que
participam da Eucaristia não são mais corruptíveis, pois têm a esperança
da ressurreição.
Quando?
- Definitivamente "no último
dia"; "no fim do mundo". Com efeito, a ressurreição dos mortos
está intimamente associada à Parusia de Cristo:
- Quando
o Senhor, ao sinal dado, à voz do arcanjo e ao som da trombeta divina,
descer do céu, então os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro (1Ts
4,16).
Morrer em Cristo Jesus
- Para ressuscitar com Cristo é
preciso morrer com Cristo, é preciso "deixar a mansão deste corpo para ir
morar junto do Senhor" (2 Cor 5,8). Nesta "partida" que é a
morte, a alma é separada do corpo. Ela será
reunida a seu corpo no dia da ressurreição dos mortos
A Morte
- É diante da morte que o enigma
da condição humana atinge seu ponto mais alto. Em certo sentido, a morte
corporal é natural; mas para a fé ela é na realidade "salário do
pecado" (Rm 6,23). E, para os que morrem na graça de Cristo, é uma
participação na morte do Senhor, a fim de poder participar também de sua
Ressurreição.
- A morte é o termo da vida terrestre. Nossas vidas são medidas
pelo tempo, ao longo do qual passamos por mudanças, envelhecemos e, como acontece
com todos os seres vivos da terra, a morte aparece como o fim normal da vida.
Este aspecto da morte marca nossas vidas com um caráter de urgência: a
lembrança de nossa mortalidade serve também para recordar-nos de que temos um
tempo limitado para realizar nossa vida.
- A morte é consequência do pecado. Intérprete autêntico das
afirmações da Sagrada Escritura e da tradição, o magistério da Igreja ensina
que a morte entrou no mundo por causa do pecado do homem. Embora o homem
tivesse uma natureza mortal, Deus o destinava a não morrer. A morte foi,
portanto, contrária aos desígnios de Deus criador e entrou no mundo como
conseqüência do pecado. "A morte corporal, à qual o homem teria sido
subtraído se não tivesse pecado", é assim "o último inimigo" do
homem a ser vencido.
- A morte é transformada por Cristo. Jesus, o Filho de Deus sofreu
também Ele a morte, própria da condição humana. Todavia, apesar de seu pavor
diante dela, assumiu-a em um ato de submissão total e livre à vontade de seu
Pai. A obediência de Jesus transformou a maldição da morte em bênção.
O sentido da morte cristã
- Graças a Cristo, a morte cristã tem um sentido positivo.
"Para mim, a vida é Cristo, e morrer é lucro". A novidade essencial
da morte cristã está nisto: pelo Batismo, o cristão já está sacramentalmente
morto com Cristo, para Viver de uma vida nova; e, se morrermos na graça de
Cristo, a morte física consuma este "morrer com Cristo" e completa,
assim, nossa incorporação a ele em seu ato redentor.
- Na morte, Deus chama o homem a si. É por isso que o cristão pode
sentir, em relação à morte, um desejo semelhante ao de São Paulo: "O meu
desejo é partir e ir estar com Cristo"; e pode transformar sua própria
morte em um ato de obediência e de amor ao Pai, a exemplo de Cristo.
- A morte é o fim da
peregrinação terrestre do homem, do tempo de graça e de misericórdia que Deus
lhe oferece para realizar sua vida terrestre segundo o projeto divino e para
decidir seu destino último. Quando tiver terminado "o único curso de nossa
vida terrestre", não voltaremos mais a outras vidas terrestres. "Os
homens devem morrer uma só vez" (Hb 9,27). Não existe
"reencarnação" depois da morte.
- A Igreja nos encoraja à
preparação da hora de nossa morte: "Livra-nos, Senhor, de uma morte súbita
e imprevista" (antiga ladainha de
todos os santos), e a pedir à Mãe de Deus que interceda por nós na hora de
nossa morte (oração da "Ave-Maria)
e a entregar-nos a São José, padroeiro da boa morte.
CIC-Catecismo da Igreja Católica
§988-1019
Imprima frente e verso na folha A4 (folheto)
Nenhum comentário:
Postar um comentário