(9º artigo do Credo Católico ou 9ª verdade de fé)
Creio na Santa Igreja Católica
- Crer que a Igreja é
"santa" e "católica" e que ela é "una" e
"apostólica" é inseparável da fé em Deus Pai, Filho e Espírito Santo.
No Símbolo dos Apóstolos, fazemos profissão de crer em uma Igreja Santa, e não na
Igreja, para não confundir Deus com suas obras e para atribuir claramente à
bondade de Deus todos os dons que ele pôs em sua Igreja.
- "A Igreja" é o Povo
que Deus reúne no mundo inteiro. Existe nas comunidades locais e se realiza
como assembleia litúrgica, sobretudo eucarística. Ela vive da Palavra e do
Corpo de Cristo e se torna, assim, Corpo de Cristo.
Igreja: Um projeto nascido do coração do
Pai
- O Pai eterno, por libérrimo e
arcano desígnio de sua sabedoria e bondade, criou todo o universo; decidiu
elevar os homens à comunhão da vida divina, à qual chama todos os homens em seu
Filho: "Todos os que crêem em Cristo, o Pai quis chamá-los a formarem a santa
Igreja". Esta família de Deus se constitui e se realiza gradualmente ao
longo das etapas da história humana, segundo as disposições do Pai. Com efeito:
- Desde a
origem do mundo a Igreja foi prefigurada.
- Foi
preparada na história do povo de Israel e na antiga aliança.
- Foi
fundada nos últimos tempos.
- Foi
manifestada pela efusão do Espírito.
- E no
fim dos tempos será gloriosamente consumada.
Igreja: Povo de Deus
-
Em qualquer época e em qualquer povo é aceito por Deus todo aquele que o teme e
pratica a justiça. Aprouve Deus santificar e salvar os homens não
singularmente, sem nenhuma conexão uns com os outros, mas constituí-los num
povo, que o conhecesse na verdade e santamente o servisse. Escolheu, Israel
como seu povo. Estabeleceu com ele uma aliança e instruiu-o passo a passo. Tudo
isso, aconteceu em preparação e figura para aquela nova e perfeita aliança que
se estabeleceria em Cristo. Esta é a Nova Aliança, isto é o Novo Testamento em
seu sangue, chamando de entre judeus e gentios um povo que junto crescesse na
unidade, não segundo a carne, mas no Espírito.
- Jesus Cristo é aquele que o Pai
ungiu com o Espírito Santo e que constituiu "Sacerdote, Profeta e
Rei".
- O Povo de Deus inteiro
participa dessas três funções de Cristo e assume as responsabilidades de missão
e de serviço que daí decorrem.
Igreja: Corpo de Cristo
- Desde o início, Jesus associou
seus discípulos à sua vida, revelou-lhes o Mistério do Reino, deu-lhes
participar de sua missão, de sua alegria e de seus sofrimentos. Jesus fala de
uma comunhão ainda mais íntima entre Ele e os que o seguiriam: "Permanecei
em mim, como eu em vós... Eu sou a videira, e vós os ramos" (Jo 15,4-5). E
anuncia uma comunhão misteriosa e real entre o seu próprio corpo e o nosso:
"Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu
nele" (Jo 6,56).
- Quando sua presença visível
lhes foi tirada, Jesus não deixou seus discípulos órfãos. Prometeu ficar com
eles até o fim dos tempos, enviou-lhes seu Espírito. A comunhão com Jesus
tomou-se, de certa maneira, mais intensa: "Ao comunicar seu Espírito, fez
de seus irmãos, chamados de todos os povos, misticamente os componentes de seu
próprio Corpo".
Igreja: Templo do Espírito Santo
- O Espírito Santo é o Princípio
de toda ação vital e verdadeiramente salutar em cada uma das diversas partes do
Corpo. Ele opera de múltiplas maneiras a edificação do Corpo inteiro na
caridade:
- pela
Palavra de Deus, "que tem o poder de edificar" (At 20,32);
- pelo
Batismo, por meio do qual forma o Corpo de Cristo;
- pelos
sacramentos, que proporcionam crescimento e cura aos membros de Cristo;
- pela
"graça concedida aos apóstolos, que ocupa o primeiro lugar entre seus
dons";
- pelas
virtudes, que fazem agir segundo o bem; e, enfim,
- pelas
múltiplas graças especiais (chamadas de "carismas"), por meio
das quais torna os fiéis aptos e prontos a tomarem sobre si os vários
trabalhos e ofícios que contribuem para a renovação e maior incremento da
Igreja.
A Igreja é Una, Santa, Católica e
Apostólica
- Esta é a única Igreja de Cristo
que, no Símbolo, confessamos una, santa, católica e apostólica. Esses quatro
atributos, inseparavelmente ligados entre si, indicam traços essenciais da
Igreja e de sua missão. A Igreja não os tem de si mesma; é Cristo que, pelo
Espírito Santo, dá a sua Igreja o ser una, santa, católica e apostólica, e é
também ele que a convida a realizar cada uma dessas qualidades.
Os fiéis leigos
- Os leigos, em virtude de sua
consagração a Cristo e da unção do Espírito Santo, recebem a vocação admirável
e os meios que permitem ao Espírito produzir neles frutos sempre mais
abundantes. Assim, todas as suas obras, preces e iniciativas apostólicas, vida
conjugal e familiar, trabalho cotidiano, descanso do corpo e da alma, se
praticados no Espírito, e mesmo as provações da vida, pacientemente suportadas,
se tornam 'hóstias espirituais, agradáveis a Deus por Jesus Cristo' (IPd 2,5),
hóstias que são piedosamente oferecidas ao Pai com a oblação do Senhor na
celebração da Eucaristia. É assim que os leigos consagram a Deus o próprio
mundo, prestando a Ele, em toda parte, na santidade de sua vida, um culto de
adoração.
Igreja: Comunhão dos Santos
- Uma vez que todos os crentes
formam um só corpo, o bem de uns é comunicado aos outros. Assim, é preciso crer
que existe uma comunhão dos bens na Igreja. Mas o membro mais importante é
Cristo, por ser a Cabeça. Assim, o bem de Cristo é comunicado a todos os
membros, e essa comunicação se faz por meio dos sacramentos da Igreja. Como
esta Igreja é governada por um só e mesmo Espírito, todos os bens que ela recebeu
se tornam necessariamente um fundo comum.
- O termo "comunhão dos
santos" tem, pois, dois significados intimamente interligados:
"comunhão nas coisas santas" e "comunhão entre as pessoas
santas".
Maria – Mãe de Cristo, Mãe da Igreja
- De modo inteiramente singular,
pela obediência, fé, esperança e ardente caridade, Maria cooperou na obra do
Salvador para a restauração da vida sobrenatural das almas. Por este motivo ela
se tornou para nós mãe na ordem da graça.
- Esta maternidade de Maria na
economia da graça perdura ininterruptamente, a partir do consentimento que ela
fielmente prestou na anunciação, que sob a cruz resolutamente manteve, até a
perpétua consumação de todos os eleitos. Assunta aos céus, não abandonou este
múnus salvífico, mas, por sua múltipla intercessão, continua a alcançar-nos os
dons da salvação eterna. Por isso, a bem-aventurada Virgem Maria é invocada na
Igreja sob os títulos de advogada, auxiliadora, protetora, medianeira.
CIC-Catecismo da Igreja Católica
§748-975
Imprima frente e verso na folha A4 (folheto)
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