§675. Antes do advento de Cristo, a
Igreja deve passar por uma provação final que abalar a fé de muitos crentes. A
perseguição que acompanha a peregrinação dela na terra desvendará o
"mistério de iniquidade" sob a forma de uma impostura religiosa que
há de trazer aos homens uma solução aparente a seus problemas, à custa da
apostasia da verdade. A impostura religiosa suprema é a do Anticristo, isto é,
a de um pseudo-messianismo em que o homem glorifica a si mesmo em lugar de Deus
e de seu Messias que veio na carne.
§676. Esta impostura anticrística já se
esboça no mundo toda vez que se pretende realizar na história a esperança
messiânica que só pode realizar-se para além dela, por meio do juízo
escatológico: mesmo em sua forma mitigada, a Igreja rejeitou esta falsificação
do Reino vindouro sob o nome de milenarismo, sobretudo sob a forma política de
um messianismo secularizado, "intrinsecamente perverso".
§677. A Igreja só entrará na glória do
Reino por meio desta derradeira Páscoa, em que seguirá seu Senhor em sua Morte
e Ressurreição. Portanto, o Reino não se realizará por um triunfo histórico da
Igreja segundo um progresso ascendente, mas por uma vitória de Deus sobre o
desencadeamento último do mal, que fará sua Esposa descer do Céu. O triunfo de
Deus sobre a revolta do mal assumirá a forma do Juízo Final depois do
derradeiro abalo cósmico deste mundo que passa.
Jesus virá para julgar os vivos e os mortos
§678. Na linha dos profetas e de João
Batista, Jesus anunciou em sua pregação o Juízo do último Dia.
Então será
revelada a conduta de cada um e o segredo dos corações.
Será também
condenada a incredulidade culpada que fez pouco caso da graça oferecida por
Deus. A atitude em relação ao próximo revelará o acolhimento ou a recusa da
graça e do amor divino Jesus dirá no último Dia: "Cada vez que o fizestes
a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes" (Mt 25,40).
§679. Cristo é Senhor da Vida Eterna. O
pleno direito de julgar definitivamente as obras e os corações dos homens
pertence a Ele enquanto Redentor do mundo. Ele "adquiriu" este
direito por sua Cruz. O Pai entregou "todo o julgamento ao Filho" (Jo
5,22). Ora, o Filho não veio para julgar, mas para salvar e para dar a vida que
está nele. É pela recusa da graça nesta vida que cada um já se julga a si mesmo
recebe de acordo com suas obras e pode até condenar-se para a eternidade ao
recusar o Espírito de amor.
CIC-Catecismo da Igreja Católica
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