Jesus subiu aos céus, está sentado a
direita de Deus Pai
§659. "E o Senhor Jesus, depois de
ter-lhes falado, foi arrebatado ao Céu e sentou-se à direita de Deus" (Mc
9).
O corpo de
Cristo foi glorificado desde o instante de sua Ressurreição, como provam as
propriedades novas e sobrenaturais de que desfruta a partir de agora seu corpo
em caráter permanente".
Mas, durante
os quarenta dias em que vai comer e beber familiarmente com seus discípulos e
instruí-los sobre o Reino, sua glória permanece ainda velada sob os traços de
uma humanidade comum.
A última
aparição de Jesus termina com a entrada irreversível de sua humanidade na glória
divina, simbolizada pela nuvem e pelo céu onde já está desde agora sentado à
direita de Deus. Só de modo totalmente excepcional e único Ele se mostrará a
Paulo "como a um abortivo" (1 Cor 15,8) em uma última aparição que o
constitui apóstolo.
§660. O caráter velado da glória do
Ressuscitado durante esse tempo transparece em sua palavra misteriosa a Maria
Madalena: "Ainda não subi para o Pai. Mas vai aos meus irmãos e dizer-lhes:
Eu subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus” (Jo 20,17). Isso
indica uma diferença de manifestação entre a glória de Cristo ressuscitado e a
de Cristo exaltado à direita do Pai.
O
acontecimento ao mesmo tempo histórico e transcendente da Ascensão marca a
transição de uma para a outra.
§661. Esta última etapa permanece
intimamente unida à primeira, isto é, à descida do céu realizada na Encarnação.
Só aquele que "saiu do Pai" pode "retomar ao Pai": Cristo.
"Ninguém jamais subiu ao céu, a não ser aquele que desceu do céu, o Filho
do Homem" (Jo 3,13). Entregue a suas forças naturais, a humanidade não tem
acesso à "Casa do Pai" à vida e à felicidade de Deus. Só Cristo pôde
abrir esta porta ao homem, "de sorte que nós, seus membros, tenhamos a
esperança de encontrá-lo lá onde Ele, nossa cabeça e nosso princípio, nos
precedeu".
§662. "E, quando eu for elevado da
terra, atrairei todos os homens a mim" (Jo 12,32). A elevação na Cruz
significa e anuncia a elevação da Ascensão ao céu. É o começo dela. Jesus
Cristo, o Único Sacerdote da nova e eterna Aliança, não "entrou em um
santuário feito por mão de homem... e sim no próprio céu, a fim de comparecer
agora diante da face de Deus a nosso favor" (Hb 9,24). No céu, Cristo
exerce em caráter permanente seu sacerdócio, "por isso é capaz de salvar
totalmente aqueles que, por meio dele, se aproximam de Deus, visto que ele vive
eternamente para interceder por eles" (Hb 7,25). Como "sumo sacerdote
dos bens vindouros" (Hb 9,11) ele é o centro é o ator principal da liturgia
que honra o Pai nos Céus.
§663. A partir de agora, Cristo está sentado à direita do Pai: "Por
direita do Pai entendemos a glória e a honra da divindade, onde aquele que
existia como Filho de Deus antes de todos os séculos como Deus e consubstancial
ao Pai se sentou corporalmente depois de encarnar-se e de sua carne ser
glorificada"
§664. O sentar-se à direita do Pai
significa a inauguração do Reino do Messias, realização da visão do profeta
Daniel no tocante ao Filho do Homem: "A Ele foram outorgados o império, a
honra e o reino, e todos os povos, nações e línguas o serviram. Seu império é
um império eterno que jamais passará, e seu reino jamais será destruído"
(Dn 7,14). A partir desse momento, os apóstolos se tornaram as testemunhas do
"Reino que não terá fim".
CIC-Catecismo da Igreja Católica
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