Filho Único de Deus
- Filho de Deus, no Antigo
Testamento, é um título dado aos anjos, ao povo da Eleição, aos filhos de
Israel e a seus reis.
- Significa então uma filiação
adotiva que estabelece entre Deus e sua criatura relações de uma intimidade
especial. Quando o Rei-Messias prometido é chamado "filho de Deus",
isso não implica necessariamente, segundo o sentido literal desses textos, que
ele ultrapasse o nível humano.
- Os que designaram Jesus como
Messias de Israel talvez não tenham tido a intenção de dizer mais do que isto.
- Não acontece o mesmo com Pedro,
quando confessa Jesus como "o Cristo, o Filho do Deus vivo", pois
este lhe responde com solenidade:
"Não foi a carne
e o sangue que te revelaram isso,
e sim meu Pai que
está nos Céus" (Mt 16,17).
- Paralelamente, Paulo dirá a
propósito de sua conversão no caminho para Damasco:
“Quando, porém, aquele que me
separou desde o seio materno e me chamou, por sua graça houve por bem revelar
em mim o seu Filho, para que eu o evangelizasse entre os gentios..." (Gl
1,15-16). "Imediatamente, nas sinagogas, começou a proclamar Jesus,
afirmando que ele é o Filho de Deus" (At 9,20).
- Este será desde o início o centro da fé apostólica
professada primeiro por Pedro como fundamento da Igreja.
- Se Pedro pôde reconhecer o
caráter transcendente da filiação divina de Jesus Messias foi porque este o deu
a entender claramente.
- Diante do Sinédrio, a pergunta
de seus acusadores: "Tu és então o Filho de Deus?", Jesus respondeu:
"Vós dizeis que eu Sou" (Lc 22,70).
- Já bem antes, Ele se designara
como "o Filho" que conhece o Pai e que é diferente dos
"servos" que Deus enviou anteriormente a seu povo, superior aos
próprios anjos. Distinguiu sua filiação daquela de seus discípulos, não dizendo
nunca "nosso Pai", a não ser para ordenar-lhes:
"Portanto, orai desta maneira:
Pai Nosso" (Mt 6,9); e sublinhou esta distinção: "Meu Pai e vosso
Pai" (Jo 20,17).
- Os Evangelhos narram em dois
momentos solenes - o Batismo e a Transfiguração de Cristo - a voz do Pai a
designá-lo como seu "Filho bem-amado". Jesus designa-se a si mesmo
como "o Filho Único de Deus" (Jo 3,16) e afirma com este título sua
preexistência eterna.
- Exige a fé "em nome do
Filho Único de Deus" (Jo 3,18).
- Esta confissão cristã aparece
já na exclamação do centurião diante de Jesus na cruz: "Verdadeiramente
este homem era Filho de Deus" (Mc 15,39), pois somente no Mistério Pascal
o fiel cristão pode entender o pleno significado do título "Filho de
Deus".
- É depois de sua Ressurreição
que a filiação divina de Jesus aparece no poder de sua humanidade glorificada:
"Estabelecido Filho de Deus com poder por sua Ressurreição dos
mortos" (Rm 1,4). Os apóstolos poderão confessar: "Nós vimos a sua
glória, glória que ele tem junto ao Pai como Filhos Único, cheio de graça e de
verdade" (Jo 1,14).
CIC-Catecismo da Igreja Católica
§441-445
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