Encarnação
- A Igreja denomina
"Encarnação" o fato de o Filho de Deus ter assumido uma natureza
humana para realizar nela a nossa salvação:
Tende em vós o mesmo sentimento
de Cristo Jesus: Ele tinha a condição divina, e não considerou o ser igual a
Deus como algo a que se apegar ciosamente. Mas esvaziou-se a si mesmo, assumiu
a condição de servo, tomando a semelhança humana. E, achado em figura de homem,
humilhou-se e foi obediente até a morte, e morte de cruz! (Fl 2,5-8).
- A fé na Encarnação verdadeira do
Filho de Deus é o sinal distintivo da fé cristã: "Nisto reconheceis o
Espírito de Deus. Todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio na carne é
de Deus" (1Jo 4,2).
Verdadeiro Deus e
verdadeiro homem
- O acontecimento único e
totalmente singular da Encarnação do Filho de Deus não significa que Jesus
Cristo seja em parte Deus
e em parte homem, nem que ele seja o resultado da mescla confusa entre o divino
e o humano. Ele se fez verdadeiramente homem permanecendo verdadeiro Deus.
Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem: Ele permaneceu o que era,
assumiu o que não era.
A Maternidade de
Maria no desígnio de Deus
- Jesus é concebido pelo poder do
Espírito Santo no seio da Virgem Maria, pois ele é o Novo Adão que inaugura a
nova criação: "O primeiro homem, tirado da terra, é terrestre; o segundo
homem vem do Céu"
- A humanidade de Cristo é, desde
a sua concepção, repleta do Espírito Santo, pois Deus "lhe dá o Espírito
sem medida" (Jo 3,34). É da
"plenitude dele", cabeça da humanidade remida, que "nós
recebemos graça sobre graça"
- Na descendência de Eva, Deus
escolheu a Virgem Maria para ser a Mãe de seu Filho. "Cheia de
graça", ela é "o fruto mais excelente da Redenção": Desde o
primeiro instante de sua concepção, foi totalmente preservada da mancha do
pecado original e permaneceu pura de todo pecado pessoal ao longo de toda a sua
vida.
Razões da encarnação
- A Palavra se fez carne para salvar-nos, reconciliando-nos com Deus:
"Foi Ele que nos amou e
enviou-nos seu Filho como vítima de expiação por nossos pecados" (1Jo 4,10).
"O Pai enviou seu Filho como o
Salvador do mundo" (1Jo 4,14).
"Este apareceu para tirar os pecados" (1Jo
3,5):
- Doente, nossa natureza precisava ser curada;
decaída, ser reerguida; morta, ser ressuscitada. Havíamos perdido a posse
do bem, era preciso no-la restituir. Enclausurados nas trevas, era preciso
trazer-nos à luz; cativos, esperávamos um salvador; prisioneiros, um
socorro; escravos, um libertador.
- Essas razões
eram sem importância? Não eram tais que comoveriam a Deus a ponto de fazê-lo
descer até nossa natureza humana para visitá-la, uma vez que a humanidade se
encontrava em um estado tão miserável e tão infeliz?
- A Palavra se fez carne para
que, assim, conhecêssemos o amor de Deus:
"Nisto manifestou-se o amor
de Deus por nós: Deus enviou seu Filho Único ao mundo para que vivamos por
Ele" (1 Jo 4,9).
"Pois Deus amou tanto o
mundo, que deu seu Filho Único, a fim de que todo o que crer nele não pereça,
mas tenha a Vida Eterna" (Jo 3,16).
- A Palavra se fez carne para
ser nosso modelo de santidade:
"Tomai sobre vós o meu jugo
e aprendei de mim" (Mt 11,29).
"Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida; ninguém vem ao Pai a não ser por
mim" (Jo 14,6).
E o Pai, no monte da
Transfiguração, ordena: "Ouvi-o" (Mc
9,7).
- Ele é o modelo das
Bem-aventuranças e a norma da Nova Lei: "Amai-vos uns aos outros como eu
vos amei" (Jo 15,12). Este amor
implica a oferta efetiva de si mesmo em seu seguimento.
- A Palavra se fez carne para
tornar-nos "participantes da natureza divina":
"Pois esta é
a razão pela qual o Verbo se fez homem, e o Filho de Deus, Filho do homem: é
para que o homem, entrando em comunhão com o Verbo e recebendo, assim, a
filiação divina, se torne filho de Deus".
“O Filho Unigênito de Deus,
querendo-nos participantes de sua divindade, assumiu nossa natureza para que
aquele que se fez homem dos homens fizesse deuses."
CIC-Catecismo da Igreja Católica
456-483
Nenhum comentário:
Postar um comentário