Cristão, reconhece a tua dignidade.
- Por participares agora da
natureza divina, não te degeneres, retornando à decadência de tua vida passada:
- Lembra-te da Cabeça a que pertences e do Corpo de
que és membro.
- Lembra-te de que foste arrancado do poder das
trevas e transferido para a luz e o Reino de Deus.
- Em nossa profissão de fé (Creio em Deus Pai Todo Poderoso...)
professamos a grandeza dos dons de Deus ao homem na obra de sua criação,
redenção e santificação.
- O que a fé confessa os
sacramentos comunicam:
- pelos sacramentos que os fizeram renascer, os
cristãos se tornaram "filhos de Deus" e "participantes da natureza divina".
- Reconhecendo na fé sua nova
dignidade, os cristãos são chamados a levar a partir de então uma "vida
digna do Evangelho de Cristo":
- Pelos sacramentos e pela oração, recebem a graça de
Cristo e os dons de seu Espírito, que os tornam capazes disso.
Cristão, seja imitador de Cristo.
- Jesus Cristo sempre fez o que
era do agrado do Pai. Sempre viveu em perfeita comunhão com Ele. Também os
discípulos são convidados a viver sob o olhar do Pai, "que vê o que está
oculto", para se tornarem "perfeitos como o vosso Pai celeste é
perfeito" (Mt 5,48).
- Incorporados a Cristo pelo
Batismo, os cristãos estão "mortos para o pecado e vivos para Deus em Cristo Jesus ",
participando assim da vida do Ressuscitado. Seguindo a Cristo e em união com
ele, podem procurar "tornar-se imitadores de Deus como filhos amados e
andar no amor", conformando seus pensamentos, palavras e ações aos
"sentimentos de Cristo Jesus e seguindo seus exemplos".
- "Justificados em nome do
Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito de nosso Deus", "santificados...
chamados a ser santos", os cristãos se tornaram "templo do Espírito Santo"
(1Cor 6,19).
- Esse "Espírito do Filho" os ensina a orar
ao Pai e, tendo-se tornado vida deles, os faz agir para carregarem em si
"os frutos do Espírito" pela caridade operante.
- Curando as feridas do pecado, o Espírito Santo nos
"renova pela transformação espiritual de nossa mente", ele nos
ilumina e fortifica para vivermos como "filhos da luz, na bondade,
justiça e verdade" em todas as coisas (Ef
5,8-9).
Viver em Cristo.
- O caminho de Cristo
"conduz à vida", um caminho contrário "leva à perdição". A
parábola evangélica dos dois caminhos está sempre presente na catequese da
Igreja. Significa a importância das decisões morais para nossa salvação.
- Há dois caminhos: um da vida e a felicidade e outro
da morte e a infelicidade; mas entre os dois há grande diferença.(Deut 30, 15-20)
- A Igreja revela com toda
clareza a alegria e as exigências do caminho de Cristo, ou seja, a "vida
nova" em Cristo é:
* Viver do Espírito Santo, Mestre interior da vida segundo Cristo,
doce hóspede e amigo que inspira, conduz, retifica e fortifica esta vida. Por
ser o Espírito Santo a unção de Cristo, é Cristo, a Cabeça do Corpo, que o
difunde em seus membros, para alimentá-los, curá-los, organizá-los em suas
funções mútuas, vivificá-los, enviá-los a testemunhar, associá-los à sua oferta
ao Pai e à sua intercessão pelo mundo inteiro.
* Viver da graça, pois é pela graça que somos salvos, e é pela
graça que nossas obras podem produzir frutos para a vida eterna.
* Viver as bem-aventuranças, pois o caminho de Cristo se resume às
bem-aventuranças (Mt 5, 3-12), único caminho para a felicidade eterna, à qual o
coração do homem aspira. As bem-aventuranças respondem ao desejo natural de
felicidade. Este desejo é de origem divina: Deus o colocou no coração do homem,
a fim de atraí-lo a si, pois só ELE pode satisfazê-lo.
* Viver o perdão após o pecado, pois, sem reconhecer-se pecador, o
homem não pode conhecer a verdade sobre si mesmo, condição do reto agir, e sem
a oferta do perdão não poderia suportar essa verdade. "Deus nos criou sem
nós, mas não quis salvar-nos sem nós." Acolher sua misericórdia exige de
nossa parte a confissão de nossas faltas. "Se dissermos: 'Não temos
pecado', enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos
nossos pecados, Ele, que é fiel e justo, perdoará nossos pecados e nos
purificará de toda injustiça".
* Viver as virtudes humanas, que faz abraçar a beleza e a atração
das retas disposições em vista do bem. As virtudes humanas são disposições
estáveis da inteligência e da vontade que, regulam nossos atos, ordenando
nossas paixões e guiando-nos segundo a razão e a fé. Podem ser agrupadas em
torno de quatro virtudes cardeais: a prudência, a justiça, a fortaleza e a
temperança.
* Viver as virtudes cristãs da
fé, esperança e caridade, que se inspira com prodigalidade no exemplo dos
santos. As virtudes teologais dispõem os cristãos a viver em relação com a
Santíssima Trindade. Têm a Deus por origem, motivo e objeto, Deus conhecido
pela fé, esperado e amado por causa de si mesmo.
* Viver o duplo mandamento da caridade desenvolvido no Decálogo. Os
Dez Mandamentos enunciam as exigências do amor de Deus e do próximo. Os três
primeiros se referem mais ao amor de Deus, e os outros sete ao amor do próximo.
O que Deus manda, torna-o possível por sua graça.
* Viver em comunidade, pois é nos múltiplos intercâmbios dos "bens
espirituais" na "comunhão dos santos" que a vida cristã pode
crescer, desenvolver-se e comunicar-se. "Uma vez que todos os crentes
formam um só corpo, o bem de uns é comunicado aos outros... Assim, é preciso
crer que existe uma comunhão dos bens na Igreja. Mas o membro mais importante é
Cristo, por ser a Cabeça... Assim, o bem de Cristo é comunicado a todos os
membros, e essa comunicação se faz por meio dos sacramentos da Igreja." Como
esta Igreja é governada por um só e mesmo Espírito, todos os bens que ela
recebeu se tornam necessariamente um fundo comum. O menor dos nossos atos
praticado na caridade irradia em benefício de todos, nesta solidariedade com
todos os homens, vivos ou mortos, que se funda na comunhão dos santos. Todo
pecado prejudica esta comunhão.
Jesus Cristo, é "o caminho, a verdade
e a vida" (Jo 14,6).
- Contemplando-o na fé, os fiéis
podem esperar que Cristo realize neles suas promessas e, amando-o com o amor
com que Ele os amou, façam as obras que correspondem à sua dignidade:
- “Peço que considereis que Jesus Cristo nosso Senhor
é vossa verdadeira Cabeça e que vós sois um de seus membros. Ele é para
vós o que a Cabeça é para os membros; tudo o que é dele é vosso, seu espírito,
coração, corpo, alma e todas as suas faculdades, e deveis fazer uso disso
como coisa vossa para servir, louvar, amar e glorificar a Deus. Vós sois
em relação a Ele o que os membros são em relação à cabeça. Assim, Ele
deseja ardentemente fazer uso de tudo o que está em vós para o serviço e a
glória de seu Pai, como coisa sua.” (São
João Eudes)
- “Para mim, viver é Cristo” (São Paulo Fl 1,21)
CIC-Catecismo da Igreja Católica
1691-1698
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