- Depois do Juízo Universal,
os justos reinarão para sempre com Cristo, glorificados em corpo e alma, e o
próprio universo será renovado:
·
Então a Igreja será "consumada na glória celeste, quando chegar o tempo da
restauração de todas as coisas, e com o gênero humano também o mundo todo, que
está intimamente ligado ao homem e por meio dele atinge sua finalidade,
encontrará sua restauração definitiva em Cristo"
- Esta renovação misteriosa,
que há de transformar a humanidade e o mundo, a Sagrada Escritura a chama de "céus novos e terra nova" (2Pd
3,13).
- Será a realização definitiva
do projeto de Deus de "reunir, sob
um só chefe, Cristo, todas as coisas, as que estão no céu e as que estão na
terra" (Ef 1,10).
- Neste "universo
novo", a Jerusalém celeste, Deus terá sua morada entre os homens:
"Enxugará toda lágrima de seus olhos,
pois nunca mais haverá morte,
nem luto, nem clamor, e nem dor haverá mais.
Sim! As coisas antigas se foram!" (Ap
21,4).
- Para o homem, esta
consumação será a realização última da unidade do gênero humano, querida por
Deus desde a criação e da qual a Igreja peregrinante era "como o
sacramento".
- Os que estiverem unidos a
Cristo formarão a comunidade dos remidos, a cidade santa de Deus (Ap 21,2),
"a Esposa do Cordeiro" (Ap 21,9).
- Esta não será mais ferida
pelo pecado, pelas impurezas, pelo amor-próprio, que destroem ou ferem a
comunidade terrestre dos homens.
- A visão beatífica, na qual
Deus se revelará de maneira inesgotável aos eleitos, será a fonte inexaurível
de felicidade, de paz e de comunhão mútua.
- Quanto ao cosmos, a
Revelação afirma a profunda comunidade de destino do mundo material e do homem:
·
Pois a criação em expectativa anseia pela
revelação dos filhos de Deus (...) na esperança de ela também ser libertada da
escravidão da corrupção (...). Pois sabemos que a criação inteira geme e sofre
as dores de parto até o presente. E não somente ela, mas também nós, que temos
as primícias do Espírito, gememos interiormente, suspirando pela redenção de
nosso corpo (Rm 8,19-23).
- Também o universo visível
está, portanto, destinado a ser transformado, "a fim de que o próprio mundo, restaurado em seu primeiro estado,
esteja, sem mais nenhum obstáculo, a serviço dos justos", participando
de sua glorificação em Cristo ressuscitado.
- Ignoramos o tempo da
consumação da terra e da humanidade e desconhecemos a maneira de transformação
do universo.
- Passa certamente a figura
deste mundo deformada pelo pecado, mas aprendemos que Deus prepara uma nova
morada e nova terra.
- Nela reinará a justiça, e
sua felicidade irá satisfazer e superar todos os desejos de paz que sobem aos
corações dos homens.
- Contudo, a expectativa de
uma terra nova, longe de atenuar, deve impulsionar em vós a solicitude pelo
aprimoramento desta terra.
- Nela cresce o corpo da nova
família humana que já pode apresentar algum esboço do novo século. Por isso, ainda
que o progresso terrestre se deva distinguir cuidadosamente do aumento do Reino
de Cristo, ele é de grande interesse para o Reino de Deus, na medida em que
pode contribuir para melhor organizar a sociedade humana.
- Com efeito, depois que
propagarmos na terra, no Espírito do Senhor e por ordem sua, os valores da
dignidade humana, da humanidade fraterna e da liberdade, todos estes bons
frutos da natureza e de nosso trabalho, nós os encontraremos novamente, limpos,
contudo, de toda impureza, iluminados e transfigurados, quando Cristo entregar
ao Pai o reino eterno e universal. Deus será, então, "tudo em todos"
(1 Cor 15,28), na Vida Eterna:
·
A vida, em sua própria realidade e verdade, é o
Pai que, pelo Filho e no Espírito Santo, derrama sobre todos, sem exceção, dons
celestes. Graças à sua misericórdia também nós, os homens, recebemos a promessa
indefectível da Vida Eterna.
CIC-Catecismo da Igreja Católica
§1042-1050
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