(3º artigo do Credo Católico ou 3ª verdade de fé)
Encarnação
- A Igreja denomina
"Encarnação" o fato de o Filho de Deus ter assumido uma natureza
humana para realizar nela a nossa salvação:
- Tende em vós o mesmo sentimento de Cristo Jesus:
Ele tinha a condição divina, e não considerou o ser igual a Deus como algo
a que se apegar ciosamente. Mas esvaziou-se a si mesmo, assumiu a condição
de servo, tomando a semelhança humana. E, achado em figura de homem,
humilhou-se e foi obediente até a morte, e morte de cruz! (Fl 2,5-8).
-
A fé na Encarnação verdadeira do Filho de Deus é o sinal distintivo da fé
cristã:
- "Nisto reconheceis o Espírito de Deus. Todo
espírito que confessa que Jesus Cristo veio na carne é de Deus" (1Jo 4,2).
-
Esta é a alegre convicção da Igreja quando canta "o grande mistério da
piedade":
- "Ele foi manifestado na carne" (1Tm 3,16).
Verdadeiro Deus e verdadeiro homem
- O acontecimento único e
totalmente singular da Encarnação do Filho de Deus não significa que Jesus
Cristo seja em parte Deus
e em parte homem, nem que ele seja o resultado da mescla confusa entre o divino
e o humano. - Ele se fez verdadeiramente homem permanecendo verdadeiro Deus.
Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem:
- Ele permaneceu o que era, assumiu o que não era.
A Maternidade de Maria no desígnio de Deus
- Jesus é concebido pelo poder do
Espírito Santo no seio da Virgem Maria, pois ele é o Novo Adão que inaugura a
nova criação:
- "O primeiro homem, tirado da terra, é
terrestre; o segundo homem vem do Céu" (1Cor
15,47).
- A humanidade de Cristo é, desde
a sua concepção, repleta do Espírito Santo, pois Deus "lhe dá o Espírito
sem medida" (Jo 3,34). É da
"plenitude dele", cabeça da humanidade remida, que "nós
recebemos graça sobre graça" (Jo 1,16).
- Na descendência de Eva, Deus
escolheu a Virgem Maria para ser a Mãe de seu Filho. "Cheia de
graça", ela é "o fruto mais excelente da Redenção":
- Desde o primeiro instante de sua concepção, foi
totalmente preservada da mancha do pecado original e permaneceu pura de
todo pecado pessoal ao longo de toda a sua vida.
Razões da encarnação
- A Palavra se fez homem para salvar-nos, reconciliando-nos com Deus:
"Foi Ele que nos amou e
enviou-nos seu Filho como vítima de expiação por nossos pecados" (1Jo 4,10). "O Pai enviou seu Filho como o
Salvador do mundo" (1Jo 4,14).
"Este apareceu para tirar os pecados" (1Jo
3,5):
- Doente, nossa natureza precisava ser curada;
decaída, ser reerguida; morta, ser ressuscitada. Havíamos perdido a posse
do bem, era preciso no-la restituir. Enclausurados nas trevas, era preciso
trazer-nos à luz; cativos, esperávamos um salvador; prisioneiros, um
socorro; escravos, um libertador.
- Essas razões
eram sem importância? Não eram tais que comoveriam a Deus a ponto de fazê-lo
descer até nossa natureza humana para visita-la, uma vez que a humanidade se
encontrava em um estado tão miserável e tão infeliz?
- A Palavra se fez homem para que, assim, conhecêssemos o amor de Deus:
"Nisto manifestou-se o amor de Deus por nós: Deus enviou seu Filho Único
ao mundo para que vivamos por Ele" (1 Jo
4,9).
"Pois Deus amou tanto o
mundo, que deu seu Filho Único, a fim de que todo o que crer nele não pereça,
mas tenha a Vida Eterna" (Jo 3,16).
- A Palavra se fez homem para ser nosso modelo de santidade:
"Tomai sobre vós o meu jugo
e aprendei de mim" (Mt 11,29).
"Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida; ninguém vem ao Pai a não ser por
mim" (Jo 14,6). E o Pai, no monte da
Transfiguração, ordena: "Ouvi-o" (Mc
9,7).
- Ele é o modelo das
Bem-aventuranças e a norma da Nova Lei:
- "Amai-vos uns aos outros como eu vos
amei" (Jo 15,12).
Este amor
implica a oferta efetiva de si mesmo em seu seguimento.
- A Palavra se fez homem para tornar-nos "participantes da natureza
divina": "Pois esta é a razão pela qual o Verbo se fez homem, e o
Filho de Deus, Filho do homem: é para que o homem, entrando em comunhão com o
Verbo e recebendo, assim, a filiação divina, se torne filho de Deus".
- "Pois o Filho de Deus se fez homem para nos
fazer Deus.”
- “O Filho Unigênito de Deus, querendo-nos
participantes de sua divindade, assumiu nossa natureza para que aquele que
se fez homem dos homens fizesse deuses."
Vida oculta de Jesus
- Durante a maior parte de sua
vida, Jesus compartilhou a condição da imensa maioria dos homens: uma vida
cotidiana. Sem grandeza aparente, vida de trabalho manual, vida religiosa
judaica submetida à Lei de Deus, vida na comunidade.
- De todo este período é-nos
revelado que Jesus era "submisso" a seus pais e que "crescia em
sabedoria, em estatura em graça diante de Deus e diante dos homens" (Lc 2,52).
- A submissão de Jesus a sua Mãe
e a seu pai legal cumpre com perfeição o quarto mandamento:
·
Ela é a imagem temporal de sua obediência filial
a seu Pai celeste. A submissão diária de Jesus a José e a Maria anunciava e
antecipava a submissão da Quinta-feira Santa: "Não a minha
vontade..." (Lc 22,42). A obediência
de Cristo no cotidiano da vida escondida inaugurava já a obra de
restabelecimento daquilo que a desobediência de Adão havia destruído.
- A vida oculta de Nazaré permite
a todo homem estar unido a Jesus nos caminhos mais cotidianos da vida:
- Nazaré é a escola na qual se começa a compreender a
vida de Jesus: a escola do Evangelho é...
- Uma lição de silêncio: Que nasça em
nós a estima do silêncio, esta admirável e indispensável condição do
espírito...
- Uma lição de vida familiar: Que Nazaré
nos ensine o que é a família, sua comunhão de amor, sua beleza austera e
simples, seu caráter sagrado e inviolável...
- Uma lição de trabalho: Nazaré, ó casa
do "Filho do Carpinteiro", é aqui que gostaríamos de compreender e
celebrar a lei severa e redentora do trabalho humano...; assim como gostaríamos
finalmente de saudar aqui todos os trabalhadores do mundo inteiro e mostrar-lhes
seu grande modelo, seu Irmão divino.(Papa Paulo
VI)
Sinais do Reino de Deus
- Ao libertar certas pessoas dos
males terrestres da fome, da injustiça, da doença e da morte, Jesus operou
sinais messiânicos; não veio, no entanto, para abolir todos os males da terra,
mas para libertar os homens da mais grave das escravidões, a do pecado, que os entrava em sua vocação de
filhos de Deus e causa todas as suas escravidões humanas.
CIC-Catecismo da Igreja Católica
456-483;502-507
Imprima frente e verso na folha A4 (folheto)
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