(2º artigo do Credo Católico ou 2ª verdade de fé)
Jesus Cristo, Filho único de Deus, Nosso
Senhor.
- Cremos e confessamos que Jesus
de Nazaré, nascido judeu de uma filha de Israel, em Belém, no tempo do rei
Herodes Magno e do imperador César Augusto, carpinteiro de profissão, morto e
crucificado em Jerusalém, sob o procurador Pôncio Pilatos, durante o reinado do
imperador Tibério, é o Filho eterno de Deus feito homem; que ele "veio de
Deus" (Jo 13,3), "desceu do
céu" (Jo 3,13; 6,33), "veio na
carne", pois "o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e nós vimos
sua glória, glória que ele tem junto ao Pai, como Filho único, cheio de graça e
de verdade... Pois de sua plenitude nós recebemos graça por graça" (Jo 1,14-16).
- Movidos pela graça do Espírito
Santo e atraídos pelo Pai, cremos e confessamos acerca de Jesus:
"Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo" (Mt 16,16)
Foi sobre a rocha desta fé,
confessada por São Pedro, que Cristo construiu sua Igreja.
Jesus
- Jesus quer dizer, em hebraico, "Deus salva". No momento
da Anunciação, o anjo Gabriel dá-lhe como nome próprio o nome de Jesus, que
exprime ao mesmo tempo sua identidade e missão. Uma vez que "só Deus pode
perdoar os pecados" (Mc 2,7), é Ele
que, em Jesus, seu Filho eterno feito homem, "salvará seu povo dos
pecados" (Mt 1,21). Em Jesus,
portanto, Deus recapitula toda a sua história de salvação em favor dos homens.
- Na História da Salvação, Deus
não se contentou em
libertar Israel da "casa da escravidão" (Dt 5,6), fazendo-o sair do Egito. Salva-o
também de seu pecado. Por ser o pecado sempre uma ofensa feita a Deus, só ele
pode perdoá-lo. Por isso Israel, tomando consciência cada vez mais clara da
universalidade do pecado, não poderá mais procurar a salvação a não ser na
invocação do Nome do Deus Redentor.
- O nome de Jesus significa que o
próprio nome de Deus está presente na pessoa de seu Filho feito homem para a
redenção universal e definitiva dos pecados. E o único nome divino que traz a
salvação e a partir de agora pode ser invocado por todos, pois se uniu a todos
os homens pela Encarnação, de sorte que "não existe debaixo do céu outro
nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos" (At 4,12).
Cristo
- Cristo vem da tradução grega do termo hebraico "Messias",
que quer dizer "ungido". Só se torna o nome próprio de Jesus
porque este leva à perfeição a missão divina que significa. Com efeito, em
Israel eram ungidos em nome de Deus os que lhe eram consagrados para uma missão
vinda dele. Era o caso dos reis, dos sacerdotes e, em raras ocasiões, dos
profetas. Esse devia ser por excelência o caso do Messias que Deus enviaria
para instaurar definitivamente seu Reino. O Messias devia ser ungido pelo
Espírito do Senhor ao mesmo tempo como rei e sacerdote, mas também como profeta
. Jesus realizou a esperança messiânica de Israel em sua tríplice função de
sacerdote, profeta e rei.
- O anjo anunciou aos pastores o
nascimento de Jesus como o do Messias prometido a Israel: "Hoje, na cidade
de Davi, nasceu-vos um Salvador que é o Cristo Senhor" (Lc 2,11). Desde o inicio Ele é "aquele
que o Pai consagrou e enviou ao mundo" (Jo
10,36), concebido como "Santo" no seio virginal de Maria. José
foi chamado por Deus "a receber Maria, sua mulher", grávida
"daquele que foi gerado nela pelo Espírito Santo" (Mt 1,21), para que Jesus, "que se chama
Cristo", nascesse da esposa de José na descendência messiânica de Davi (Mt 1,16).
- A consagração messiânica de
Jesus manifesta sua missão divina. "É, aliás, o que indica seu próprio nome,
pois no nome de Cristo está subentendido Aquele que ungiu, Aquele que foi
ungido e a própria Unção com que ele foi ungido: Aquele que ungiu é o Pai,
Aquele que foi ungido é o Filho, e o foi no Espírito, que é a Unção.
- Sua consagração messiânica
eterna revelou-se no tempo de sua vida terrestre, por ocasião de seu Batismo
por João, quando "Deus o ungiu com o Espírito Santo e poder" (At 10,38), "para que ele fosse
manifestado a Israel" (Jo 1,31) como
seu Messias. Por suas obras e palavras será conhecido como "o Santo de Deus".
Filho Único de Deus
- Filho de Deus, no Antigo
Testamento, é um título dado aos anjos, ao povo da Eleição, aos filhos de
Israel e a seus reis. Significa então uma filiação adotiva que estabelece entre
Deus e sua criatura relações de uma intimidade especial. Quando o Rei-Messias
prometido é chamado "filho de Deus", isso não implica
necessariamente, segundo o sentido literal desses textos, que ele ultrapasse o
nível humano. Os que designaram Jesus como Messias de Israel talvez não tenham
tido a intenção de dizer mais do que isto.
- Não acontece o mesmo com Pedro,
quando confessa Jesus como "o Cristo, o Filho do Deus vivo", pois
este lhe responde com solenidade: "Não foi a carne e o sangue que te
revelaram isso, e sim meu Pai que está nos Céus" (Mt 16,17). Paralelamente, Paulo dirá a propósito de sua
conversão no caminho para Damasco: Quando, porém, aquele que me separou desde o
seio materno e me chamou, por sua graça houve por bem revelar em mim o seu
Filho, para que eu o evangelizasse entre os gentios..." (Gl 1,15-16). "Imediatamente, nas
sinagogas, começou a proclamar Jesus, afirmando que ele é o Filho de Deus"
(At 9,20). Este será desde o início o
centro da fé apostólica professada primeiro por Pedro como fundamento da
Igreja.
Senhor
- No Antigo Testamento, o nome
inefável com o qual Deus se revelou a Moisés foi “Iahweh” que significa
"Senhor". “Senhor” torna-se desde então o nome mais habitual para
designar a própria divindade do Deus de Israel. É neste sentido forte que o
Novo Testamento utiliza o título de "Senhor" para o Pai, e também
para Jesus reconhecido como o próprio Deus.
- Jesus mesmo atribui-se de
maneira velada este título quando discute com os fariseus sobre o sentido do
Salmo 110, mas também de modo explícito dirigindo-se a seus apóstolos. Ao longo
de toda a sua vida pública, seus gestos de domínio sobre a natureza, sobre as
doenças, sobre os demônios, sobre a morte e o pecado demonstravam sua soberania
divina.
- Muito frequentemente nos
Evangelhos determinadas pessoas se dirigem a Jesus chamando-o de
"Senhor". Este título exprime o respeito e a confiança dos que se
achegam a Jesus e esperam dele ajuda e cura. Sob a moção do Espírito Santo, ele
exprime o reconhecimento do Mistério Divino de Jesus.
- No encontro com Jesus
ressuscitado, ele se transforma em expressão de adoração: "Meu Senhor e
meu Deus!" (Jo 20,28). Assume então
uma conotação de amor e afeição que tornar-se-á peculiar à tradição cristã:
"É o
Senhor!" (Jo 21,7).
- Desde o principio da história
cristã a afirmação do senhorio de Jesus sobre o mundo e sobre a história
significa também o reconhecimento de que o homem não deve submeter sua
liberdade pessoal, de maneira absoluta, a nenhum poder terrestre, mas somente a
Deus Pai e ao Senhor Jesus Cristo: César não é "o Senhor". "A
Igreja crê... que a chave, o centro e o fim de toda a história humana se
encontram em seu Senhor
e Mestre."
CIC-Catecismo da Igreja Católica
422-455
Imprima frente e verso na folha A4 (folheto)
Nenhum comentário:
Postar um comentário