"Em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo"
- Os cristãos são batizados
"em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo". - Antes disso, eles
respondem "Creio" a tríplice pergunta que os manda confessar sua fé
no Pai, no Filho e no Espírito:
A fé de todos os
cristãos consiste na Trindade"
- Os cristãos são batizados
"em nome" do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e não "nos
nomes" destes três, pois só existe um Deus, o Pai Todo-Poderoso, seu Filho
Único e o Espírito Santo: a Santíssima Trindade.
- O mistério da Santíssima
Trindade é o mistério central da fé e da vida cristã. É portanto, a fonte de
todos os outros mistérios da fé, é a luz que os ilumina. É o ensinamento mais
fundamental e essencial na "hierarquia das verdades de fé".
"Toda a história
da salvação não é senão a história da via e dos meios pelos quais o Deus
verdadeiro e Único, Pai, Filho e Espírito Santo, se revela, reconcilia consigo
e une a si os homens que se afastam do pecado"
- As obras de Deus revelam quem
Ele é em si mesmo e, inversamente, o mistério de seu Ser íntimo ilumina a
compreensão de todas as suas obras.
- Acontece o mesmo,
analogicamente, entre as pessoas humanas. A pessoa mostra-se em seu agir e,
quanto melhor conhecermos uma pessoa, tanto melhor compreenderemos seu agir.
A revelação de Deus como Trindade
O Pai revelado pelo Filho
- A invocação de Deus como
"Pai" é conhecida em muitas religiões.
- Ao designar a Deus com o nome
de "Pai", a linguagem da fé indica principalmente dois aspectos: que
Deus é origem primeira de tudo autoridade transcendente, e que ao mesmo tempo é
bondade e solicitude de amor para todos os seus filhos.
- Esta ternura paterna de Deus
pode também ser expressa pela imagem da maternidade, que indica a intimidade
entre Deus e sua criatura.
- A linguagem da fé inspira-se,
assim, na experiência humana dos pais (genitores), que são de certo modo os
primeiros representantes de Deus para o homem. Mas esta experiência humana
ensina também que os pais humanos são falíveis e que podem desfigurar o rosto
da paternidade e da maternidade. Convém então lembrar que Deus transcende a
distinção humana dos sexos. Ele não é nem homem nem mulher, é Deus. Transcende
também a paternidade e a maternidade humanas embora seja a sua origem e a
medida: ninguém é pai como Deus o é.
O Pai e o Filho revelados pelo Espírito
- Antes de sua Páscoa, Jesus
anuncia o envio de "outro Paráclito" (Defensor), o Espírito Santo. Em
ação desde a criação, depois de ter outrora "falado pelos profetas”, ele
estará agora junto dos discípulos e neles, a fim de ensiná-1os e conduzi-los
"a verdade inteira". O Espírito Santo é assim revelado como outra
pessoa divina em relação a Jesus e ao Pai.
- A origem eterna do Espírito
revela-se em sua missão temporal.
- O Espírito Santo é enviado aos
apóstolos e a Igreja tanto pelo Pai, em nome do Filho, como pelo Filho em
pessoa, depois que este tiver voltado para junto do Pai. O envio da pessoa do
Espírito após a glorificação de Jesus revela em plenitude o mistério da
Santíssima Trindade.
A Santíssima Trindade na doutrina da fé
Dogma da Santíssima Trindade
* A Trindade é Una. Não professamos três deuses, mas só Deus em
três pessoas: "a Trindade consubstancial". As pessoas divinas não
dividem entre si a única divindade, mas cada uma delas é Deus por inteiro:
- o Pai é
aquilo que é o Filho,
- o Filho
é aquilo que é o Pai,
- o
Espírito Santo é aquilo que são o Pai e o Filho, isto é, um só Deus por
natureza.
* As pessoas divinas são realmente distintas entre si.
"Deus é único, mas não
solitário". A Unidade divina é Trina:
- aquele
que é o Pai não é o Filho, e
- aquele
que é o Filho não é o Pai,
- nem o
Espírito Santo é aquele que é o Pai ou o Filho.
* As pessoas divinas são relativas umas às outras.
- Por não dividir a unidade
divina, a distinção real das pessoas entre si reside unicamente nas relações
que as referem umas às outras:
- o Pai é
referido ao Filho,
- o filho
ao Pai,
- o
Espírito Santo aos dois;
quando se fala destas três
pessoas considerando as relações, crê-se todavia em uma só natureza ou
substância.
As obras divinas e as missões trinitárias
- Ó luz, Trindade bendita. Ó
primordial Unidade"! Deus é beatitude eterna, vida imortal, luz sem ocaso.
Deus é amor: Pai, Filho e Espírito Santo.
- Livremente, Deus quer comunicar
a glória de sua vida bem-aventurada. Este é o "desígnio" de
benevolência que ele concebeu desde antes da criação do mundo no seu Filho
bem-amado predestinando-nos à adoção filial neste", isto é, "a
reproduzir a imagem do seu Filho" graças ao "Espírito de adoção
filial".
- Esta decisão prévia é uma
"graça concedida antes de todos os séculos", proveniente diretamente
do amor trinitário. Ele se desdobra na obra da criação, em toda história da
salvação após a queda, nas missões do Filho e do Espírito, prolongadas pela
missão da Igreja.
- Toda a economia divina é obra
comum das três pessoas divinas. Pois da mesma forma que a Trindade não tem
senão uma única e mesma natureza, assim também não tem senão uma única e mesma
operação.
- "O Pai, o Filho e o
Espírito Santo não são três princípios das criaturas, mas um só
princípio". Contudo cada pessoa divina cumpre a obra comum segundo sua
propriedade pessoal.
- Assim a Igreja confessa, na
linha do Novo Testamento:
- um Deus
e Pai do qual são todas as coisas,
- um
Senhor Jesus Cristo mediante o qual são todas as coisas,
- um
Espírito Santo em quem são todas as coisas.
- São sobretudo as missões
divinas da Encarnação do Filho e do dom do Espírito Santo que manifestam as
propriedades das pessoas divinas.
- Obra ao mesmo tempo comum e
pessoal, toda a Economia divina dá a conhecer tanto a propriedade das pessoas
divinas como sua única natureza. - Toda a vida cristã é comunhão com cada uma
das pessoas divinas, sem de modo algum separá-las.
- quem
rende glória ao Pai o faz pelo Filho no Espírito Santo;
- quem
segue a Cristo, o faz porque o Pai atrai e o Espírito o impulsiona.
- O fim último de toda a Economia
divina é a entrada das criaturas na unidade perfeita da Santíssima Trindade.
Mas desde já somos chamados a ser habitados pela Santíssima Trindade:
"Se alguém me
ama - diz o Senhor-, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará e viremos a
ele, e faremos nele a nossa morada" (Jo 14,23).
CIC-Catecismo da Igreja Católica
§232-260
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