domingo, 5 de janeiro de 2014

Deus Pai

"Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo"
- Os cristãos são batizados "em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo". - Antes disso, eles respondem "Creio" a tríplice pergunta que os manda confessar sua fé no Pai, no Filho e no Espírito:
A fé de todos os cristãos consiste na Trindade"
- Os cristãos são batizados "em nome" do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e não "nos nomes" destes três, pois só existe um Deus, o Pai Todo-Poderoso, seu Filho Único e o Espírito Santo: a Santíssima Trindade.
- O mistério da Santíssima Trindade é o mistério central da fé e da vida cristã. É portanto, a fonte de todos os outros mistérios da fé, é a luz que os ilumina. É o ensinamento mais fundamental e essencial na "hierarquia das verdades de fé".
"Toda a história da salvação não é senão a história da via e dos meios pelos quais o Deus verdadeiro e Único, Pai, Filho e Espírito Santo, se revela, reconcilia consigo e une a si os homens que se afastam do pecado"
- As obras de Deus revelam quem Ele é em si mesmo e, inversamente, o mistério de seu Ser íntimo ilumina a compreensão de todas as suas obras.
- Acontece o mesmo, analogicamente, entre as pessoas humanas. A pessoa mostra-se em seu agir e, quanto melhor conhecermos uma pessoa, tanto melhor compreenderemos seu agir.

A revelação de Deus como Trindade
O Pai revelado pelo Filho
- A invocação de Deus como "Pai" é conhecida em muitas religiões.
- Ao designar a Deus com o nome de "Pai", a linguagem da fé indica principalmente dois aspectos: que Deus é origem primeira de tudo autoridade transcendente, e que ao mesmo tempo é bondade e solicitude de amor para todos os seus filhos.
- Esta ternura paterna de Deus pode também ser expressa pela imagem da maternidade, que indica a intimidade entre Deus e sua criatura.
- A linguagem da fé inspira-se, assim, na experiência humana dos pais (genitores), que são de certo modo os primeiros representantes de Deus para o homem. Mas esta experiência humana ensina também que os pais humanos são falíveis e que podem desfigurar o rosto da paternidade e da maternidade. Convém então lembrar que Deus transcende a distinção humana dos sexos. Ele não é nem homem nem mulher, é Deus. Transcende também a paternidade e a maternidade humanas embora seja a sua origem e a medida: ninguém é pai como Deus o é.

O Pai e o Filho revelados pelo Espírito
- Antes de sua Páscoa, Jesus anuncia o envio de "outro Paráclito" (Defensor), o Espírito Santo. Em ação desde a criação, depois de ter outrora "falado pelos profetas”, ele estará agora junto dos discípulos e neles, a fim de ensiná-1os e conduzi-los "a verdade inteira". O Espírito Santo é assim revelado como outra pessoa divina em relação a Jesus e ao Pai.
- A origem eterna do Espírito revela-se em sua missão temporal.
- O Espírito Santo é enviado aos apóstolos e a Igreja tanto pelo Pai, em nome do Filho, como pelo Filho em pessoa, depois que este tiver voltado para junto do Pai. O envio da pessoa do Espírito após a glorificação de Jesus revela em plenitude o mistério da Santíssima Trindade.

A Santíssima Trindade na doutrina da fé
Dogma da Santíssima Trindade
* A Trindade é Una. Não professamos três deuses, mas só Deus em três pessoas: "a Trindade consubstancial". As pessoas divinas não dividem entre si a única divindade, mas cada uma delas é Deus por inteiro:
  • o Pai é aquilo que é o Filho,
  • o Filho é aquilo que é o Pai,
  • o Espírito Santo é aquilo que são o Pai e o Filho, isto é, um só Deus por natureza.
* As pessoas divinas são realmente distintas entre si.
"Deus é único, mas não solitário". A Unidade divina é Trina:
  • aquele que é o Pai não é o Filho, e
  • aquele que é o Filho não é o Pai,
  • nem o Espírito Santo é aquele que é o Pai ou o Filho.
* As pessoas divinas são relativas umas às outras.
- Por não dividir a unidade divina, a distinção real das pessoas entre si reside unicamente nas relações que as referem umas às outras:
  • o Pai é referido ao Filho,
  • o filho ao Pai,
  • o Espírito Santo aos dois;
quando se fala destas três pessoas considerando as relações, crê-se todavia em uma só natureza ou substância.
  
As obras divinas e as missões trinitárias
- Ó luz, Trindade bendita. Ó primordial Unidade"! Deus é beatitude eterna, vida imortal, luz sem ocaso. Deus é amor: Pai, Filho e Espírito Santo.
- Livremente, Deus quer comunicar a glória de sua vida bem-aventurada. Este é o "desígnio" de benevolência que ele concebeu desde antes da criação do mundo no seu Filho bem-amado predestinando-nos à adoção filial neste", isto é, "a reproduzir a imagem do seu Filho" graças ao "Espírito de adoção filial".
- Esta decisão prévia é uma "graça concedida antes de todos os séculos", proveniente diretamente do amor trinitário. Ele se desdobra na obra da criação, em toda história da salvação após a queda, nas missões do Filho e do Espírito, prolongadas pela missão da Igreja.
- Toda a economia divina é obra comum das três pessoas divinas. Pois da mesma forma que a Trindade não tem senão uma única e mesma natureza, assim também não tem senão uma única e mesma operação.
- "O Pai, o Filho e o Espírito Santo não são três princípios das criaturas, mas um só princípio". Contudo cada pessoa divina cumpre a obra comum segundo sua propriedade pessoal.
- Assim a Igreja confessa, na linha do Novo Testamento:
  • um Deus e Pai do qual são todas as coisas,
  • um Senhor Jesus Cristo mediante o qual são todas as coisas,
  • um Espírito Santo em quem são todas as coisas.
- São sobretudo as missões divinas da Encarnação do Filho e do dom do Espírito Santo que manifestam as propriedades das pessoas divinas.

- Obra ao mesmo tempo comum e pessoal, toda a Economia divina dá a conhecer tanto a propriedade das pessoas divinas como sua única natureza. - Toda a vida cristã é comunhão com cada uma das pessoas divinas, sem de modo algum separá-las.
  • quem rende glória ao Pai o faz pelo Filho no Espírito Santo;
  • quem segue a Cristo, o faz porque o Pai atrai e o Espírito o impulsiona.
- O fim último de toda a Economia divina é a entrada das criaturas na unidade perfeita da Santíssima Trindade. Mas desde já somos chamados a ser habitados pela Santíssima Trindade:
"Se alguém me ama - diz o Senhor-, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará e viremos a ele, e faremos nele a nossa morada" (Jo 14,23).

CIC-Catecismo da Igreja Católica §232-260

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