O processo de formação dos discípulos
missionários
- A vocação e o compromisso de
ser hoje discípulos e missionários de Jesus Cristo, requerem clara e decidida
opção pela formação dos membros de nossas comunidades, a favor de todos os
batizados, qualquer que seja a função que desenvolvem na Igreja.
- Olhamos para Jesus, o Mestre
que formou pessoalmente a seus apóstolos e discípulos. Cristo nos dá o método:
- “Venham
e vejam” (Jo 1, 39).
- “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14,6)
- Com Ele podemos desenvolver as
potencialidades que há nas pessoas e formar discípulos missionários.
- Com perseverante paciência e
sabedoria, Jesus convidou a todos para que o seguissem.
- Àqueles que aceitaram segui-lo,
os introduziu no mistério do Reino de Deus, e depois de sua morte e
ressurreição os enviou a pregar a Boa Nova na força do Espírito.
- Seu estilo se torna emblemático
para os formadores e adquire especial relevância quando pensamos na paciente
tarefa formativa que a Igreja deve empreender no novo contexto sócio-cultural.
- O caminho de formação do
seguidor de Jesus lança suas raízes na natureza dinâmica da pessoa e no convite
pessoal de Jesus Cristo, que chama os seus pelo nome e estes o seguem porque
lhe conhecem a voz.
- O Senhor despertava as
aspirações profundas de seus discípulos e os atraía a si, maravilhados.
- O seguimento é fruto de uma
fascinação que responde ao desejo de realização humana, ao desejo de vida
plena.
- O discípulo é alguém apaixonado
por Cristo, a quem reconhece como o mestre que o conduz e acompanha.
- No processo de formação de
discípulos missionários, destacamos cinco aspectos fundamentais que aparecem de
maneira diversa em cada etapa do caminho, mas que se complementam intimamente e
se alimentam entre si:
1-O encontro com Jesus Cristo:
Aqueles que serão seus discípulos
já o buscam (cf. Jo 1,38), mas é o Senhor quem os chama:
“Segue-me” (Mc 1,14;
Mt 9,9).
- É necessário descobrir o
sentido mais profundo da busca, assim como é necessário propiciar o encontro com
Cristo que dá origem à iniciação cristã.
- Esse encontro deve renovar-se
constantemente pelo testemunho pessoal, pelo anúncio do querigma e pela ação
missionária da comunidade.
- O querigma não é somente uma
etapa, mas o fio condutor de um processo
que culmina na maturidade do
discípulo de Jesus Cristo.
- Sem o querigma, os demais
aspectos desse processo estão condenados à esterilidade, sem corações
verdadeiramente convertidos ao Senhor.
- Só a partir do querigma
acontece a possibilidade de uma iniciação cristã verdadeira. Por isso, a Igreja
precisa tê-lo presente em todas as suas ações.
2-A Conversão
- Conversão é a resposta inicial
de quem:
·
escutou o
Senhor com admiração,
·
crê nEle
pela ação do Espírito,
·
decide ser
seu amigo e ir após Ele,
·
mudar sua
forma de pensar e de viver,
·
aceitar a
cruz de Cristo,
·
ser consciente
de que morrer para o pecado é alcançar a vida.
- No Batismo e no sacramento da
Reconciliação se atualiza para nós a redenção de Cristo.
3-O Discipulado
- A pessoa amadurece
constantemente:
·
no conhecimento, amor e seguimento de Jesus
Mestre,
·
se aprofunda no mistério de sua pessoa, de seu
exemplo e de sua doutrina.
- Para esse passo são de
fundamental importância:
·
a catequese permanente e a vida sacramental, que
·
fortalecem a conversão inicial e
·
permitem que os discípulos missionários possam
·
perseverar na vida cristã e na missão em meio ao
mundo que os desafia.
4-A Comunhão
- Não pode existir vida cristã
fora da comunidade:
- nas
famílias,
- nas
paróquias,
- nas
comunidades de vida consagrada,
- nas
comunidades de base,
- nas
outras pequenas comunidades e movimentos.
- Como os primeiros cristãos, que
se reuniam em comunidade, o discípulo participa na vida da Igreja e no encontro
com os irmãos, vivendo o amor de Cristo na vida fraterna solidária.
- É também acompanhado e
estimulado pela comunidade e por seus pastores para amadurecer na vida do
Espírito.
5-A Missão
- O discípulo, à medida que
conhece e ama o seu Senhor, experimenta a necessidade de compartilhar com outros
a sua alegria de ser enviado, de ir ao mundo para anunciar Jesus Cristo, morto
e ressuscitado, e tornar realidade o amor e o serviço na pessoa dos mais
necessitados, em uma palavra, a construir o Reino de Deus.
- A missão é inseparável do
discipulado, o qual não deve ser entendido como etapa posterior à formação,
ainda que esta seja realizada de diversas maneiras de acordo com a própria
vocação e com o momento da maturidade humana e cristã em que se encontre a
pessoa.
Documento de Aparecida §276-278
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