(1º artigo do Credo Católico ou 1ª verdade de fé)
A Profissão da Fé Cristã
- Desde a origem, a Igreja
apostólica exprimiu e transmitiu sua própria fé em fórmulas breves e normativas
para todos. Mas já muito cedo a Igreja quis também recolher o essencial de sua
fé em resumos, destinados sobretudo aos candidatos ao Batismo:
- Esta síntese da fé não foi elaborada segundo as
opiniões humanas mas da Escritura inteira recolheu-se o que existe de mais
importante, para dar, na sua totalidade, a única doutrina da fé. E assim
com a semente de mostarda contém em um pequeníssimo grão um grande número
de ramos, da mesma forma este resumo da fé encerra em algumas palavras
todo o conhecimento da verdadeira piedade contida no Antigo e no Novo
Testamento.
- Neste sentido vamos, a partir
desta edição, expor os doze artigos
do Credo que professamos.
Creio em Deus...
- Crer em Deus, o Único, e amá-lo
com todo o próprio ser tem conseqüências imensas para toda a nossa vida:
- Significa
conhecer a grandeza e a majestade de Deus. "Deus, é grande demais
para que o possamos conhecer"(Jó
36,26). É por isso que Deus deve ser o "primeiro a ser servido".
- Significa
viver em ação de graças. Se Deus é o Único, tudo o que somos e tudo o
que possuímos vem dele:
"Que é que possuis, que não tenhas
recebido?" (1Cor 4,7).
"Como retribuirei ao Senhor todo o
bem que me fez?" (Sl 116,12).
- Significa
conhecer a unidade e a verdadeira dignidade de todos os homens. Todos
eles são feitos "à imagem e à semelhança de Deus".
- Significa
usar corretamente das coisas criadas. A fé no Deus único nos leva a
usar de tudo o que não é Ele, na medida em que isso nos aproxima dele, e a
desapegar-nos das coisas, na medida em que nos desviam dele:
Meu Senhor e meu Deus, tirai-me tudo o que me afasta de vós.
Meu Senhor e meu Deus, dai-me tudo
o que me aproxima de vós.
Desprendei-me de mim mesmo para doar-me
por inteiro a vós.
- Significa
confiar em Deus em qualquer circunstância, mesmo na adversidade: Nada
te perturbe /Nada te assuste /Tudo passa /Deus não muda /A paciência tudo
alcança /Quem a Deus tem /Nada lhe falta. /Só Deus basta.
Pai Todo Poderoso...
- Deus é o Pai Todo-Poderoso. Sua
paternidade e seu poder iluminam-se mutuamente. Com efeito, ele mostra sua
onipotência paternal pela maneira como cuida de nossas necessidades, pela
adoção filial que nos outorga: "Serei
para vós um pai, e sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor
Todo-Poderoso" 2Cor 6,18, e finalmente por sua misericórdia infinita,
pois mostra seu poder no mais alto grau, perdoando livremente os pecados.
- A onipotência divina de modo
algum é arbitrária. Em Deus o poder e a essência, a vontade e a inteligência, a
sabedoria e a justiça são uma só e mesma coisa, de sorte que nada pode estar no
poder divino que não possa estar na vontade justa de Deus ou em sua
inteligência sábia.
Criador...
- Cremos que Deus criou o mundo
segundo sua sabedoria. O mundo não é o produto de uma necessidade qualquer, de
um destino cego ou do acaso.
- Cremos que o mundo procede da
vontade livre de Deus, que quis fazer as criaturas participarem de seu ser, de
sua sabedoria e de sua bondade:
"Pois tu criaste todas as coisas; por tua vontade é que elas
existiam e foram criadas". (Ap 4,11). "Quão numerosas são as tuas
obras, Senhor, e todas fizeste com sabedoria!" (Sl 104,24). "O Senhor é bom
para todos, compassivo com todas as suas obras" (Sl 145,9).
- Cremos que Deus não precisa de
nada preexistente nem de nenhuma ajuda para criar. A criação também não é uma
emanação necessária da substância divina. Deus cria livremente "do
nada".
- Uma vez que Deus pôde criar "do
nada", pode, pelo Espírito Santo, dar a vida da alma a pecadores, criando
neles um coração puro, e a vida do corpo aos falecidos, pela ressurreição, Ele,
"que faz viver os mortos e chama à existência as coisas que não
existem" (Rm 4,17). E uma vez que,
pela sua Palavra, pôde fazer resplandecer a luz a partir das trevas, pode
também dar a luz da fé àqueles que a desconhecem.
Sim, tu amas tudo o que criaste, não te aborreces com nada do que
fizeste; se alguma coisa tivesses odiado, não a terias feito. E como poderia
subsistir alguma coisa se não a tivesses querido? Como conservaria a sua
existência se não a tivesses chamado? Mas a todos perdoas, porque são teus: Senhor, amigo da vida! (Sb 11,24-26)
do Céu e da Terra.
"Pois foi nele(Jesus)
que foram criadas todas as coisas, nos céus e na terra, as visíveis e as
invisíveis: Tronos, Dominações, Principados, Potestades; tudo foi criado por
Ele e para Ele" (Cl 1,16).
- Não existe nada que não deva sua existência a Deus criador. O mundo
começou quando foi tirado do nada pela Palavra de Deus; todos os seres
existentes, toda a natureza, toda a história humana têm suas raízes neste
acontecimento primordial: é a própria gênese pela qual o mundo foi constituído
e o tempo começou.
- Cada criatura possui sua bondade e sua perfeição próprias. Para
cada uma das obras dos "seis dias" se diz: "E Deus viu que isto
era bom". "Pela própria condição da criação, todas as coisas são
dotadas de fundamento próprio, verdade, bondade, leis e ordens
especificas." As diferentes criaturas, queridas em seu próprio ser,
refletem, cada uma a seu modo, um raio da sabedoria e da bondade infinitas de
Deus. É por isso que o homem deve respeitar a bondade própria de cada criatura
para evitar um uso desordenado das coisas, que menospreze o Criador e acarrete
conseqüências nefastas para os homens e seu meio ambiente.
- A interdependência das criaturas é querida por Deus. O sol e a
lua, o cedro e a pequena flor, a águia e o pardal: as inúmeras diversidades e
desigualdades significam que nenhuma criatura se basta a si mesma, que só
existem em dependência recíproca, para se completarem mutuamente, a serviço
umas das outras.
- A beleza do universo. A ordem e a harmonia do mundo criado
resultam da diversidade dos seres e das relações que existem entre eles. O
homem as descobre progressivamente como leis da natureza. Elas despertam a
admiração dos sábios. A beleza da criação reflete a infinita beleza do Criador.
Ela deve inspirar o respeito e a submissão da inteligência do homem e de sua
vontade.
"Vós valeis mais do que
muitos pardais" (Lc 12,7), ou ainda:
"Um homem vale muito mais do
que uma ovelha" (Mt 12,12).
CIC-Catecismo da Igreja Católica
198-421
Imprima frente e verso na folha A4 (folheto)
Nenhum comentário:
Postar um comentário