Viver em comunhão
§158. Igual às primeiras comunidades de cristãos, hoje nos reunimos
assiduamente para:
- “escutar
o ensinamento dos apóstolos,
- viver
unidos e tomar parte no partir do pão e nas orações”
- A comunhão da Igreja se nutre
com o Pão da Palavra de Deus e com o Pão do Corpo de Cristo. A Eucaristia,
participação de todos no mesmo Pão de Vida e no mesmo Cálice de Salvação, nos
faz membros do mesmo Corpo (cf. 1 Cor 10,17).
Ela é a fonte e o ponto mais alto
da vida cristã, sua expressão mais perfeita e o alimento da vida em comunhão.
Na Eucaristia, nutrem-se as novas relações evangélicas que surgem do fato de sermos
filhos e filhas do Pai e irmãos e irmãs em Cristo. A Igreja que a celebra é
“casa e escola de comunhão”, onde os discípulos compartilham a mesma fé,
esperança e amor a serviço da missão evangelizadora.
§159. A Igreja, como “comunidade de amor” é chamada a refletir a
glória do amor de Deus, que é comunhão, e assim atrair as pessoas e os povos
para Cristo. No exercício da unidade desejada por Jesus, os homens e
mulheres de nosso tempo se sentem convocados e recorrem à formosa aventura da
fé.
“Que também eles vivam unidos a
nós para que o mundo creia” (Jo 17,21).
- A
Igreja cresce, não por proselitismo mas “por ‘atração’:
- como
Cristo ‘atrai tudo para si’ com a força do seu amor”.
- A Igreja
“atrai” quando vive em comunhão, pois os discípulos de Jesus serão
reconhecidos se amarem uns aos outros como Ele nos amou (cf. Rm 12,4-13; Jo 13,34). (Bento XVI/13.05.2007)
§160. A Igreja peregrina vive antecipadamente a beleza do amor que
se realizará no final dos tempos na perfeita comunhão com Deus e com os homens.
Sua riqueza consiste em viver, já neste tempo, a “comunhão dos santos”, ou
seja, a comunhão nos bens divinos entre todos os membros da Igreja, em
particular entre os que peregrinam e os que já gozam da glória. Constatamos que
em nossa Igreja existem numerosos católicos que expressam sua fé e sua pertença
de forma esporádica, especialmente através da piedade a Jesus Cristo, à Virgem
e sua devoção aos santos.
- Convidamos esses a aprofundarem
sua fé e participarem mais plenamente na vida da Igreja recordando-lhes que:
“em virtude do
batismo,
são chamados a ser
discípulos e missionários de Jesus Cristo”.
§161. A Igreja é comunhão no amor. Esta é sua essência e o sinal
através do qual é chamada a ser reconhecida como seguidora de Cristo e
servidora da humanidade. O novo mandamento é o que une os discípulos entre si,
reconhecendo-se como irmãos e irmãs, obedientes ao mesmo Mestre, membros unidos
à mesma Cabeça e, por isso, chamados a cuidarem uns dos outros (1Cor 13; Cl
3,12-14).
§162. A diversidade de carismas, ministérios e serviços, abre o
horizonte para o exercício cotidiano da comunhão através da qual os dons do
Espírito são colocados à disposição dos demais para que circule a caridade (cf.
1Cor 12,4-12).
- De fato, cada batizado é
portador de dons que deve desenvolver em unidade e complementaridade com os
dons dos outros, a fim de formar o único Corpo de Cristo, entregue para a vida
do mundo. O reconhecimento prático da unidade orgânica e da diversidade de funções
assegurará maior vitalidade missionária e será sinal e instrumento de
reconciliação e paz para nossos povos.
- Cada comunidade é chamada a
descobrir e integrar os talentos escondidos
e silenciosos que o Espírito
presenteia aos fiéis.
Documento de Aparecida
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